quinta-feira, 20 de maio de 2010

• Petróleo vai gerar mais de 70 mil empregos

O setor de petróleo e gás é um dos motores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo. Os investimentos nessa área devem ser na faixa dos US$ 110 bilhões e há previsão de que surjam mais de 70 mil novos postos de trabalho nos próximos dois anos. No entanto, as empresas que atuam no setor, vêm encontrado grande dificuldade para encontrar mão-de-obra qualificada.

Até 2011 a expectativa é de que os investimentos cheguem a US$ 100 bilhões. O setor petrolífero necessita de profissionais qualificados nas áreas de construção civil, do soldador ao engenheiro, geólogos, químicos e operadores de plataformas e sondas ou marítimos. No Rio de Janeiro, o curso mais procurado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi o de Engenharia de Petróleo, com 28 candidatos por vaga.
De acordo com o coordenador da área de Petróleo e Gás do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) do Rio de Janeiro, Jorge Bruno, as vagas criadas nos próximos anos ultrapassarão as 70 mil. Porém, ele acredita que o Brasil não vai conseguir suprir essa demanda de mão-de-obra qualificada.

– As empresas de petróleo, quando têm dificuldade no próprio país onde atuam, acabam trazendo mão-de-obra do exterior. É o que está acontecendo aqui no Brasil. Muitos trabalhadores vêm de fora para ocupar as vagas porque não há brasileiros aptos para tal.


Bruno, que foi funcionário da Petrobras durante 17 anos, explica que o problema da qualificação de mão-de-obra está acontecendo porque, durante muito tempo, apenas a Petrobras monopolizava esse mercado. A empresa formava mão-de-obra, mas essa era absorvida apenas por ela mesma. Porém, em 1997, esse monopólio foi quebrado e as empresas estrangeiras começaram a chegar.

– Em 2000, a Onip fez uma pesquisa e viu que o Brasil não teria como suprir as necessidades de mão-de-obra do mercado nos próximos dez anos. Então promoveu uma reunião com universidades e escolas para pedir que investissem em cursos nessa área – explica.

Curso com qualidade

Mas Bruno faz um alerta para as pessoas que quiserem investir em uma formação nessa área, pois, como as oportunidades são muitas, existem cursos de níveis diferentes.

– Existem cursos que colocam pessoas sem experiência para dar aulas, que nunca estiveram em uma plataforma. O problema é que esse é um setor de alta periculosidade. O risco de acidentes é muito grande, uma má formação coloca várias vidas em risco – adverte.

As dicas de Bruno para as pessoas que querem investir em uma formação nesse setor são: escolher muito bem a instituição de ensino, analisar o currículo dos membros do corpo docente (professores) e investir no inglês, que segundo ele, é a língua oficial do setor de petróleo.

– Disponibilidade também é boa, pois muitos trabalhadores vão para o exterior. Hoje existem outras 35 empresas atuando no Brasil, além da Petrobras. Algumas são 10 vezes maiores que a companhia brasileira, então, quando encontram um profissional de qualidade, muitas vezes querem levá-lo para fazer cursos ou atuar em outros países.

Fonte: Folha Universal (Clarisse Werneck)

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